A confusão acerca de Californication começa pelo título.
"Eu não acho que o show seja sobre sexo, você sabe? Eu não queria que o título levasse a isso. Eu acho que o show é muito mais sobre o coração desta família que ele está tentando criar. Nós só não conseguimos aparecer com um título melhor. Eu culpo a mim mesmo. Mas eu prefiro ter um bom show e um título ruim do que vice-versa".
Apesar de às vezes cometer excessos, a série do Showtime têm ganhado importantes indicações do Screen Actors Guild, do British Academy of Tilm and Television Arts e dos Golden Globes, no qual Duchovny ganhou o prêmio por Ator Principal como Hank Moody, o conflitado, articulado e falador de palavrões, leal e que ama a família mais que tudo, mas com a impulsividade de um cavalo baio.
"Há este sentimento principal no show que é o verdadeiro amor por uma mulher e ele é um bom pai, de uma maneira terrível. Estes são os paradoxos que eu pensei que fossem maduros", diz o educado em Yale e Princeton Duchovny. "Isto era mais adulto, mais articulado e menos a história de um homem-menino e mais a de um homem. Comédia para adultos, estrelando um adulto”.
Hank é a imagem sem lisonjas de um romântico que se tornou cínico, lutando para reconstruir a família que ele deixou escapar com sua ex-namorada, Karen (Natascha McElhone), e sua filha, Becca ( uma adolescente séria muito bem interpretada por Madeleine Martin). Mas pergunte àqueles que não deram a Californication uma chance que você verá uma cara de desdém e a descrição de um show sexista sobre um escritor sexo-adicto que trata mulheres como objetos sexuais.
Isto não descreve este show.
"Vamos separar sexista de sexo. Há muita discussão sobre sexo no show, e eu penso que as pessoas têm uma reação emocional e instintiva de: OH, meu Deus, isto é sexista”! Duchovny diz. "Pessoas meio que perdem suas mentes tão logo eles ouvem a palavra ou o prefixo "sex".
“O fato de Charlie Runkle (Evan Handler) ter tanto sexo é evidência que as mulheres são vistas como criaturas bem simpáticas", ele diz, rindo, do agente de Hank que não é nada atraente e que usa seu charmoso cliente como um chamariz.
"Hank não tem respeito é por ele mesmo e não pelas outras pessoas. Há uma linha no texto de um episódio que diz: "Nós somos todos adultos, não há vítimas aqui. Não é como que alguém acorde com Hank e ele é um cara diferente que ele era na noite anterior".
Quase imperceptível, um toque esperto no set da sala de jantar de Hank é a presença do livro ‘O mito do poder masculino’ - as que agem e estremecem o show são as mulheres, apresentando os polos magnéticos que fazem Hank dançar.
“Se você olhar o jeito que ele se envolve com as mulheres, ele é bem passivo. É como se este desespero tomasse conta dele; ele não vai contra seja o que estiver acontecendo na hora", Duchovny diz. "Se ele fosse um cara que sempre tivesse feito isso, seria mais difícil de lidar e de entendê-lo. Ele é só, é como - se ele não pode estar com quem ele ama de verdade, então ele está amando quem esta com ele”. Alguns dos momentos favoritos do ator na série até agora ilustram a sua diversidade: de nu e ridículo até emocionalmente nu e sublime. Ele até hoje ri quando ele vê uma cena da 1ª temporada entre Hank e uma amiga da Karen que estava entupida de drogas, que abruptamente termina no que ele chama de "cena da dose dupla de vômito"
"Mas, há uma cena da 1ª temporada onde eu caminho com Becca nos canais de Venice e eu canto a canção de Dylan 'If You See Her, say Hello to her'. Isto realmente me surpreendeu, a sentimentalidade que eu gostei muito. Quando você a sobrepõe com a crueza e a natureza explícita das outras cenas, tudo fica real e certo".
Então porque o show não tem uma maior audiência? É possível que tanto o título como as confusas chamadas (uma implicava que o show era sobre crise de meia-idade) e as descrições inadequadas da mídia apregoando Hank como sexo-adicto podem ter se misturado com as manchetes dos tablóides sobre os problemas pessoais de Duchovny.
"Eu não me preocupo com as percepções das pessoas sobre o show", ele diz, tornando-se visivelmente desconfortável. "Isto é tudo muito pessoal. As coisas que eu faço no show nunca tiveram nada com a minha vida pessoal. Nunca houve nenhum tipo de paralelo no que nós estivemos fazendo".
Ainda há esperança, já que show entra na 3ª temporada com convidados como Kathleen Turner e Peter Gallagher, que irão tornar-se o foco para aqueles que não conseguem ver a floresta pela sexualidade.
"Na maior parte, eu sinto que nós estamos em um drama que não sabe que é uma comédia", diz o astro. "Para mim isto é certo, parece vida para mim. Porque todos nós pensamos que estamos em um drama, mas realmente estamos em uma comédia".
http://www.davidduchovny.com.br/?sec_mae=3&sec_atual=4&item=4595 Para ler o original
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